Entrevista: Tintim para Wii e Nintendo 3DS
17/11/2011
Há mais de 50 anos que o herói de banda desenhada Tintim nos entretém mas agora podemos ver o famoso repórter, criado originalmente por Hergé, não só nas salas de cinema, num filme realizado por Steven Spielberg e Peter Jackson, como também nas consolas Wii e Nintendo 3DS.
A Nintendo falou com o produtor de As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne - O jogo para a Wii e para a Nintendo 3DS numa entrevista em que vieram à luz os desafios implicados na animação inovadora de um herói icónico, a relação de trabalho com dois realizadores de cinema lendários e o amor imediato pela série Tintim.
Tintim foi criado tanto para a Wii como para a Nintendo 3DS. Quais são as diferenças entre os jogos para cada uma das consolas?
![Iwata Asks](https://www.nintendo.com/eu/media/images/migration/news_4/NIH_Tintin_Interviewportrait.png)
Gerimos ambas as plataformas nos nossos estúdios em Montpellier, França. Estes estúdios são conhecidos por fazerem jogos baseados em filmes, como, por exemplo, King Kong, que teve bastante sucesso. O núcleo da equipa incluiu os responsáveis por King Kong, então tivemos pessoas bastante criativas, com experiência no desenvolvimento deste tipo de jogos.
A jogabilidade parece muito variada. Que diferentes tipos de experiências é que os jogadores podem esperar?
Na jogabilidade central, Tintim deve encontrar formas criativas de ultrapassar os obstáculos à sua frente e tentámos fazer as coisas com humor. Assim, podes atirar coisas diferentes, como um vaso à cabeça, e divertires-te com as personagens e o ambiente. Essa é a parte central do jogo. Também temos natação, mergulho, voo e luta de espadas. Temos muita variedade assim como combinações de diferentes tipos de jogabilidade. Mas é tudo muito acessível e não há uma curva de aprendizagem acentuada, o que o torna acessível para crianças e famílias.
![Iwata Asks](https://www.nintendo.com/eu/media/images/migration/news_4/NIS_Tintin_screenshot2.png)
O realizador Peter Jackson esteve bastante envolvido no desenvolvimento de King Kong. Neste jogo também houve um grande envolvimento por parte dos realizadores?
Sim, desde o início que tivemos o apoio dos realizadores e este é bastante único porque tanto Steven Spielberg, que realizou o filme, como Peter Jackson, que o produziu, são bastante mediáticos. Reunimo-nos várias vezes durante os últimos anos para analisarmos elementos criativos, para falarmos sobre o enredo e para partilharmos materiais. Para além de serem realizadores de cinema geniais, também criam (e jogam) jogos e foi ótimo poder contar com esse tipo de entendimento em relação aos desafios que implica desenvolver jogos. Ao mostrar-lhes o trabalho que estamos a desenvolver, eles entendem que a jogabilidade está no centro de tudo e constroem a história em torno dela. Foi muito bom para nós.
Como funciona o modo cooperativo no jogo? Oferece uma experiência significativamente diferente da do modo para um só jogador?
Sim, o jogo em cooperação é diferente. Queríamos fazer uma coisa diferente da natureza mais linear do modo Story. Então o jogo em cooperação decorre cronologicamente logo após a própria história do modo Story. O Capitão Haddock é atingido na cabeça e este jogo em cooperação decorre nos seus sonhos. Isto faz com que nos divirtamos mais com as personagens, que têm habilidades diferentes. Haddock consegue atravessar portas e embora esteja a reviver as suas experiências recentes, os ambientes são baseados em sonhos. Tens seis personagens jogáveis entre as quais podes alternar e tesouros que podes colecionar para gastares em fatos diferentes. Existem muitos colecionáveis e muitas formas de enriquecer a experiência; é muito divertido. Existem cerca de 25-30 níveis no modo cooperativo, pelo que tem profundidade.
Pode falar-nos um pouco mais sobre o modo Challenge do jogo?
Este modo inclui elementos do jogo: a condução, a luta de espadas e o comando de um avião, tudo dentro de um sistema baseado em desafios. É uma estrutura ao estilo de um torneio, com dificuldade crescente, e tens muitos itens novos desbloqueáveis, como espadas para as lutas, por exemplo. Podes jogar sozinho ou com outras pessoas no modo multijogadores por turnos.
![Iwata Asks](https://www.nintendo.com/eu/media/images/migration/news_4/NIS_Tintin_screenshots_4.png)
O jogo tira partido das capacidades da Nintendo 3DS para lá das imagens em 3D?
Sim. Com a Nintendo 3DS podes jogar cooperativamente através de uma ligação sem fios, o que é fabuloso. Também temos controlos por movimento e depois, para a luta de espadas, usas o stylus, o que é muito bom porque funciona como a ponta da tua espada. Na Nintendo 3DS temos também bastantes minijogos inovadores, exclusivos para esta plataforma.
Ao tentarem recriar o mundo de Tintim, depararam-se com alguns desafios interessantes?
Levar Tintim de uma linha 2D propositadamente simplista para um mundo 3D e tentar apelar a toda a gente não é fácil, especialmente quando a banda desenhada já tem tantos fãs. Da primeira vez que fomos à Nova Zelândia para revermos o jogo com o Peter Jackson, tivemos uma discussão de cerca de 20 minutos com ele sobre o comprimento do bigode do capitão Haddock em que debatemos questões do género "É melhor mostrar o lábio ou tapá-lo?". É para veres o grau de pormenor a que chegávamos. Os próprios realizadores estiveram bastante envolvidos e a tarefa de recriar o mundo de Tintim não foi tomada de ânimo leve. Penso que o resultado é excelente e que respeita a visão da personagem de Hergé.
![Iwata Asks](https://www.nintendo.com/eu/media/images/migration/news_4/NIS_Tintin_screenshot1.png)
Existe algum aspeto do jogo de que goste particularmente?
Gosto muito do modo cooperativo, tem sido o meu favorito ultimamente e jogo-o bastante. Tem muitos níveis e também gosto de jogar na pele de diferentes personagens. O esperado será jogares na pele de Tintim ou de Haddock mas é muito divertido jogar na pele do cão Milu ou da Bianca, cujo poder especial é o canto – quando canta, gira e atordoa toda a gente. Os gémeos Dupont e Dupond também lá estão e giram as suas bengalas para afastarem os inimigos. O modo cooperativo também tem muitos fatos desbloqueáveis e outras coisas, sendo que podes gastar os tesouros que apanhas ao jogares com estes fatos e podes alternar entre eles rapidamente.
Por que acha que Tintim permanece tão popular, ao fim deste tempo todo?
Esta é uma história sobre um jovem herói e as suas aventuras pelo mundo com o seu melhor amigo, que eu lia quando era criança. Eu sou do Canadá mas tinha um amigo britânico que tinha a banda desenhada e que ma emprestou. Eu li e adorei! Quis vir para França para fazer estes jogos e estou bastante entusiasmado com o facto de o filme e de os jogos levarem Tintim a milhões de pessoas que nunca ouviram falar dele. Penso que vai angariar ainda mais fãs, o que é ótimo, e penso que Tintim merece continuar e tocar novas gerações. O jogo é muito divertido, quer na Wii quer na Nintendo 3DS, e penso que quererás experimentar o jogo em cada uma destas plataformas.
O jogo As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne já está nas lojas, para a Wii e a Nintendo 3DS.