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  • Entrevista com os criadores – Edição 15: Mario & Luigi: Brothership – Capítulo 1


    20/12/2024

    Entrevista com os criadores – Edição 15: Mario & Luigi: Brothership – Capítulo 1

    Esta entrevista foi realizada antes do lançamento do jogo.

    O conteúdo deste artigo foi publicado originalmente em japonês.

    Todas as imagens mostram a versão japonesa do produto. O Nintendo Sound Clock: Alarmo está disponível em português do Brasil.

    Nesta 15.ª edição de "Entrevista com os criadores", uma série de entrevistas em que vários criadores da Nintendo transmitem, nas suas próprias palavras, o que pensam sobre o desenvolvimento de produtos e os detalhes invulgares que abordam, falamos com os criadores por detrás de Mario & Luigi: Brothership, lançado no dia 7 de novembro.

    Capítulo 1: Explorar o sonho das três dimensões

    Capítulo 2: Trabalhar em conjunto pela primeira vez

    Capítulo 3: Começar a fazer sentido com o tema da "ligação"

    Capítulo 4: O "drama" como uma consideração importante

     

    Capítulo 1: Explorar o sonho das três dimensões

    Antes de mais, podem apresentar-se de forma sucinta?

    Otani:
    Chamo-me Akira Otani e trabalho na Nintendo. Estou envolvido na série Mario & Luigi desde o segundo jogo, Mario & Luigi: Partners in Time, e trabalho como produtor desde o terceiro, Mario & Luigi: Bowser's Inside Story. Este é o sétimo jogo da série no qual trabalhei, e a minha função foi supervisionar o projeto geral, mas, claro, acabei por fazer todo o tipo de coisas, como criar e organizar conteúdos de jogo com os outros membros da equipa.


    Fukushima:
    Antes deste jogo, fui responsável pela coordenação com equipas de desenvolvimento externas em jogos como Super Smash Bros. Ultimate (1) para a Nintendo Switch. No que toca a este jogo, juntei-me ao desenvolvimento na função de produtor associado. Ao trabalhar com a empresa de desenvolvimento de jogos Acquire, estive envolvido num vasto leque de tarefas da prototipagem à conclusão, como a coordenação do plano e a organização do conteúdo geral do jogo.

    (1) Jogo lançado para a Nintendo Switch em 2018. Um jogo de ação competitivo onde personagens de vários títulos lutam e tentam arremessar os adversários para fora do cenário. Há mais de 80 personagens jogáveis, incluindo as presentes em conteúdos adicionais, e mais de 100 cenários de batalha.


    Ohashi:
    Sou o Haruyuki Ohashi, da Acquire (2). Enquanto diretor, estive encarregado do planeamento e supervisão do desenvolvimento no local. Foi a primeira vez que trabalhei com a Nintendo, e estou aliviado por termos conseguido concluir o projeto com sucesso.

    (2) Acquire Corp. Uma empresa fundada em 1994 que desenvolve e publica videojogos. Na Nintendo Switch, a empresa publicou a série Class of Heroes no Japão (publicada pela PQube na América do Norte e na Europa) e desenvolveu jogos como a série OCTOPATH TRAVELER.


    Furuta:
    Chamo-me Hitomi Furuta e trabalho na Acquire. Sou a diretora artística deste jogo. Estive encarregada de dirigir o estilo artístico geral e de conceber algumas das personagens principais. Jogo Mario desde criança, mas foi o desenvolvimento deste jogo que me pôs a jogar a série Mario & Luigi.


    Otani-san, pode falar-nos um pouco da série Mario & Luigi e deste jogo?

    Otani:
    O primeiro jogo da série Mario & Luigi foi lançado em 2003 para a Game Boy Advance. Os jogos Mario & Luigi são RPGs de ação caracterizados por ter o Mario e o Luigi a trabalhar em equipa para progredir no jogo. Gostamos de chamar ao género "RPG de ação fraternal". Acho que a série está bem equilibrada e contém a quantidade certa de ação e quebra-cabeças, bem como uma história divertida e reações de personagens únicas da série Mario. Este é o primeiro título novo da série em nove anos, desde Mario & Luigi: Paper Jam Bros. (3), que saiu em 2015.

    (3) Um jogo para a Nintendo 3DS lançado em dezembro de 2015, no qual o Mario e o Luigi se aventuram pelo mundo com o Paper Mario.


    Obrigado. Otani-san, mencionou que este foi o primeiro novo jogo em nove anos, mas em que tipo de contexto é que a história decorre?

    Otani:
    O jogo passa-se em Elétria, um mundo diferente do Reino Cogumelo. O Mario e o Luigi aventuram-se em ilhas à deriva no oceano. A base de operações do jogador é a Ilha Nauta, também ela à deriva, e o jogador explora o oceano em busca de outras ilhas, nas quais encontrará todo o tipo de quebra-cabeças e batalhas. À medida que a ameaça do antagonista Ampério se aproxima, o Mario e o Luigi vão conhecendo todo o tipo de pessoas e conseguindo o seu apoio para fazer frente ao vilão.


    Este jogo foi anunciado na Nintendo Direct transmitida em junho de 2024. Tendo em conta que é o primeiro jogo novo da série em nove anos, imagino que muitas pessoas tenham ficado surpreendidas.

    Otani:
    As pessoas ficaram mais surpreendidas do que esperava, tanto no Japão como no resto do mundo. Acho que a surpresa se deveu principalmente ao facto de as pessoas não estarem à espera de que fossem lançados mais jogos destes e, agora, a série foi trazida de volta.


    Bom, a verdade é que já passou algum tempo desde o lançamento do último jogo da série Mario & Luigi.

    Otani:
    É verdade. Claro, há muito tempo que tínhamos várias discussões internas sobre um novo jogo na série, após o lançamento de Mario & Luigi: Paper Jam Bros. Era preciso procurar algo novo, algo capaz de acompanhar os avanços ao nível do hardware e, ao mesmo tempo, de manter o apelo dos jogos Mario & Luigi clássicos. Não foi fácil conseguir ambos ao mesmo tempo... Fomos tentando várias coisas, mas houve uma altura em que pensámos que talvez fosse impossível criar mais jogos na série e considerámos desistir.

    Houve muitas discussões e, por fim, decidimos contactar a Acquire. Após falar várias vezes com o Ohashi-san, senti que talvez a Acquire fosse capaz de realizar o nosso sonho de fazer um jogo 3D da série Mario & Luigi, então concordámos em iniciar o desenvolvimento em conjunto.

    E, claro, era também importante preservar o espírito da série Mario & Luigi, então, também juntámos ao projeto alguns membros da antiga AlphaDream (4) que estiveram envolvidos no desenvolvimento de títulos anteriores da série.

    (4) ALPHADREAM CORPORATION. Uma empresa de desenvolvimento de jogos conhecida sobretudo por ter trabalhado no desenvolvimento da série de jogos Mario & Luigi. A empresa esteve ativa de 2000 a 2019.

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    Ah, interessante. Que motivos levaram o Otani-san a contactar a Acquire?

    Otani:
    Primeiro, eles têm tecnologia 3D avançada e criaram o jogo OCTOPATH TRAVELER (5), por isso, têm experiência no desenvolvimento de RPGs. Além disso, têm experiência a desenvolver jogos de ação, como Tenchu (6). Vi a Acquire como uma empresa capaz de desenvolver tanto jogos de ação como RPG. O seu excelente historial e capacidades técnicas motivaram-me a contactá-los.

    (5) Uma série de RPG cujo primeiro título foi lançado pela Square Enix em julho de 2018. É conhecida pelos seus gráficos 2D-HD que combinam efeitos 3D gerados por computador com arte pixelizada tradicional. O jogador pode jogar com oito viajantes com diferentes atributos e origens e experienciar cada uma das suas histórias.

    (6) Uma série de jogos de ação cujo primeiro lançamento foi em 1998. O jogador joga na pele de um ninja e tem de se esconder na escuridão e nas sombras para evitar ser encontrado pelo inimigo conforme progride. É conhecido pelos ataques especiais que o jogador pode executar para derrotar inimigos com um só golpe quando a oportunidade surge.


    Qual foi a reação da Acquire após a visita de Otani-san?

    Ohashi:
    Bom, a nível pessoal, tinha interesse em trabalhar com a Nintendo. Além disso, ao nível da empresa, sentimos que trabalhar com a Nintendo nos daria a oportunidade de aprender todo o tipo de coisas, desde aspetos técnicos até à criação de jogos. Então dissemos-lhes que adoraríamos a oportunidade de trabalhar em conjunto.


    Foi a primeira vez que a Acquire trabalhou em conjunto com a Nintendo no desenvolvimento de um jogo?

    Ohashi:
    Sim, foi a primeira vez que trabalhámos propriamente no desenvolvimento de um jogo em conjunto. Até este título, a Acquire tinha desenvolvido muitos jogos para outras plataformas, e a ideia de desenvolver algo em conjunto com a Nintendo nunca nos tinha ocorrido. Mas, quando a ideia nos foi apresentada e nos apercebemos de que tal seria uma possibilidade, ficámos bastante interessados e achámos que provavelmente se viria a revelar uma experiência fascinante.


    Parece-me que a Acquire tem tido tendência para criar jogos originais bastante arrojados e pouco convencionais, como Tenchu, que foi mencionado anteriormente. Não creio que tenham criado muitos jogos com personagens de outras empresas.

    Ohashi:
    É verdade. Até agora, de um modo geral, fomos quase sempre nós a esboçar o plano ou proposta e a contactar os nossos parceiros para concretizarmos a nossa ideia em conjunto. Vínhamos trabalhar neste jogo sem ter acumulado qualquer experiência anterior, o que foi bastante desafiante.


    Como foi mencionado, a Acquire trabalhou na série OCTOPATH TRAVELER, que é conhecida pelo seu estilo gráfico 2D-HD, que se encontra algures entre o 2D e o 3D. Quando Otani-san levou esta proposta à Acquire, também tinha uma direção visual em mente?

    Otani:
    Houve uma altura em que pensei que uma abordagem 2D-HD, como a de OCTOPATH TRAVELER, poderia ser uma possibilidade. No entanto, os jogos Mario & Luigi anteriores tinham arte pixelizada e a arte da caixa, etc., consistia em ilustrações desenhadas.

    A arte usada nas embalagens do jogo Mario & Luigi: Bowser's Inside Story + Bowser Jr.'s Journey para a Nintendo 3DS (esquerda) e a arte pixelizada do jogo (direita).


    Otani:
    Nos outros jogos do Mario, o design visual do jogo e a ilustração principal condizem, mas, como isso não acontecia nos jogos Mario & Luigi anteriores, pensei que seria mais difícil os clientes reconhecerem que tipo de jogo era. Queria alinhar o jogo e a arte a dada altura. É por isso que o meu sonho era fazer o próximo jogo em 3D.


    Ohashi:
    Eu também achava, desde a fase de planeamento, que o 3D seria uma boa abordagem para a criação do jogo. Existiam diversas razões pelas quais considerava que o 2D seria difícil. Criei jogos com personagens com arte pixelizada na série No Heroes Allowed! (7) e, graças a essa experiência com animações com arte pixelizada, consegui perceber o quão incríveis eram as animações com arte pixelizada dos jogos Mario & Luigi anteriores, tanto do ponto de vista técnico como do estilístico. Não me parecia que fosse ser fácil criar algo àquele nível ou melhor. Então pensei que desafiar-nos a criar Mario & Luigi em 3D nos iria permitir adicionar ao jogo imensos elementos apelativos novos que não existiam nos títulos anteriores.

    (7) Uma série de jogos lançada originalmente no Japão em 2007 e na América do Norte e na Europa em 2009. O jogador joga na pele de um deus da destruição, protegendo um soberano demoníaco e derrotando heróis invasores através da criação de ecossistemas para monstros dentro de masmorras. Esta série é conhecida pelo seu mundo criado com arte pixelizada.

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    Estou a ver. Ambas as empresas estavam em sintonia desde o início no que toca ao desejo de criar o jogo em 3D.