Sonic Lost World

Entrevista

O Sonic regressa a alta velocidade com novos movimentos e habilidades, Poderes Coloridos e seis novos perigosos oponentes em Sonic Lost World, um título exclusivo para a Wii U e para a Nintendo 3DS. Conversámos um pouco com o Diretor de Marca Global Sonic da SEGA, David Corless, sobre a nova aventura do famoso ouriço.

Nintendo of Europe: Em primeiro lugar, pode apresentar-se aos nossos leitores e falar do seu trabalho no que diz respeito a Sonic?

David Corless: Chamo-me David Corless e sou o Diretor de Marca Global Sonic. Trabalho de perto com a Equipa Sonic no Japão, que cria jogos, ajudando-a a definir o tipo de jogos que queremos fazer. Portanto, tenho um papel ativo no planeamento geral do futuro de Sonic, ou seja, decido que jogos vamos desenvolver, quando os vamos lançar e também analiso quem compra jogos Sonic, certificando-me de que conhecemos bem o nosso público-alvo. No que diz respeito ao marketing, eu e a minha equipa fazemos tudo, desde a criação de trailers do jogo à arte da caixa, sites, anúncios televisivos e por aí fora. É uma posição muito abrangente, a minha!

NoE: E é uma posição nova para si?

DC: Já faço este trabalho há quatro anos, sendo que trabalho na SEGA há seis.

NoE: Encontrámo-nos para falar sobre o título Sonic Lost World para a Wii U e para a Nintendo 3DS. Pode apresentar brevemente o jogo e a história?

DC: Em primeiro lugar, o jogo é espetacular – é um dos melhores jogos Sonic em que estive envolvido.

Neste jogo, o Sonic defronta um novo inimigo: os Seis Mortíferos. No início, os Seis Mortíferos trabalham com o Dr. Eggman mas acabam por decidir avançar sozinhos e conquistar o mundo. E, assim, o Sonic é obrigado a juntar-se ao Dr. Eggman e usar os seus novos poderes e habilidades para derrotar esta ameaça.

Há muitas novidades no jogo, mas também fomos inspirados por títulos anteriores. Os níveis são novos mas podem parecer familiares aos fãs de Sonic em certa medida, e o mesmo se pode dizer do tipo de inimigos que vão aparecendo, para além dos Seis Mortíferos.

Também assistimos à reintrodução dos Poderes Coloridos e adicionámos novos poderes, como, por exemplo, o Eagle e o Asteroid, que surgem de mão dada com os poderes mais antigos Drill e Laser. No que diz respeito aos novos movimentos do Sonic, ele tem habilidades acrobáticas ao estilo do parkour que lhe permitem correr por paredes e agarrar-se a parapeitos, o que torna o jogo muito mais fluido e divertido. Para além disto, reintroduzimos o movimento clássico Spin Dash.

A equipa também criou níveis diferentes de velocidade pela primeira vez, permitindo ao jogador uma maior precisão de movimentos. Isto é muito importante num jogo de plataformas, mas, ainda assim, temos aquela explosão mágica de velocidade própria do Sonic quando é preciso.

Tanto a versão para a Wii U como para a Nintendo 3DS têm as suas próprias caraterísticas e até há uma edição especial do jogo – a Deadly Six Edition – com novas batalhas contra os Seis Mortíferos. Há muito para falar! Esperamos que todos estes pormenores agradem aos nossos fãs de sempre e também aos novos jogadores, que assim considerarão o jogo mais entusiasmante.

NoE: Então, falando agora do enredo, o Sonic e o Dr. Eggman trabalham em conjunto para derrotar os Seis Mortíferos…?

DC: É verdade, os arqui-inimigos unem-se para derrotar os Seis Mortíferos! Como e porquê, não posso dizer…

Por exemplo, a equipa usou o Wii U GamePad de formas diferentes para valorizar a jogabilidade. Os Poderes Coloridos demonstram isto perfeitamente, já que cada um deles usa o GamePad de forma única e diferente – para uns usa-se o ecrã tátil, para outros usa-se os manípulos. É muito divertido!

E quando jogamos em modo multijogadores, um jogador pode usar o ecrã grande enquanto o outro usa o ecrã do GamePad. Acho que os fãs vão gostar muito de ter o modo multijogadores em Sonic Lost World. Também há cooperação no jogo principal, onde um segundo jogador pode lançar dispositivos controlados por rádio e criados pelo Tails para ajudar o Sonic.

E se alguém quiser ver televisão mas tu quiseres continuar a jogar, podes trocar de ecrã e jogar somente no GamePad. Acho que as qualidade e inovação com que a Equipa Sonic impregnou este título são bem visíveis.

NoE: E o jogo também integra o Miiverse, não é?

DC: Sim, em Sonic Lost World podes pegar em alguns dos teus Poderes Coloridos e enviá-los para o Miiverse. Depois de algum tempo recebe-los de volta ainda mais poderosos.

Deixa-me ainda acrescentar que se trata do primeiro jogo Sonic em 3D na verdadeira aceção do conceito, e para isso basta olhar para a forma como o mundo do jogo está construído – é espetacular. O jogo também tem um modo multijogadores que suporta até quatro jogadores. É uma versão brilhante no seu todo.

NoE: Pode falar um pouco sobre o estilo artístico bastante distinto do jogo?

DC: O objetivo da equipa era que a qualquer momento que se olhasse para o ecrã fosse óbvio que se tratava de um jogo Sonic. Desde o aspeto dos ambientes à palete de cores usada, ao verde das faixas, ao céu azul… Tudo. Mas mesmo quando não se trata de um nível inspirado por um jogo clássico Sonic, o design é o que se esperaria ver num jogo Sonic.

Apesar de ser mais simples no que diz respeito ao estilo artístico, em termos técnicos não é menos avançado – na verdade até é bastante detalhado. Se fizeres zoom a um pé do Sonic, está perfeitamente desenhado e é consistente. A fidelidade gráfica da Wii U é incrível.

De facto, as cores arrojadas e o design do jogo evocam a SEGA e Sonic, e era isso que pretendíamos. A Equipa Sonic inspirou-se bastante nos jogos mais antigos (desde os inimigos à recuperação do Spin Dash, por exemplo) e por isso a utilização da palete de cores antiga foi uma decisão coerente para a equipa.

NoE: Estamos a falar de que nível de dificuldade? É um jogo mais para jogadores experientes ou os principiantes também podem jogar?

DC: Sonic Lost World é para toda a gente. Acho que alguém que não conheça o mundo e a experiência Sonic vai adorar o jogo da mesma forma que um fã de longa data. A experiência de jogador é mais fluida devido aos mecanismos de controlo e as alterações que efetuámos nesta área ajudaram bastante. Quando falamos do fã experiente, há várias maneiras de jogar este título: podes correr a alta velocidade, podes tentar encontrar todos os Red Star Rings, podes reunir todos os anéis... Acabas por aproveitar mais o jogo. Mas é mesmo um título para toda a gente: as cores, o aspeto, os poderes divertidos, as referências aos títulos anteriores. Espero que tenha razão e que toda a gente adore Sonic Lost World.

O que torna isto mesmo interessante para os fãs é o facto de os monstros terem sido inspirados em NiGHTS into Dreams… Trata-se de outro clássico da Equipa Sonic, por isso todos os monstros são baseados em pesadelos daquele jogo! Há também ambientes inspirados pelo jogo e em algumas secções corres ao lado de NiGHTS. É tudo muito, muito bom.

NoE: Depararam-se com alguma surpresa durante o desenvolvimento do título para a Wii U e para a Nintendo 3DS? Há alguma história engraçada que queira contar?

DC: A melhor parte de trabalhar numa marca tão grande quanto Sonic é que te divertes a trabalhar com algumas das personagens mais icónicas do mundo dos videojogos, quer estejas inserido no departamento de desenvolvimento ou no de marketing – é um prazer. Às vezes até te esqueces disso, mas depois vês um miúdo na rua com uma t-shirt do Sonic ou a jogar Sonic no comboio.

Se gostarmos do que fizermos e nos divertirmos, isso torna-se evidente para os fãs – e isto é válido tanto para nós como para a Equipa Sonic. Os seus membros gostam do trabalho que fazem, sentem uma paixão e carinho enormes pelo que fazem – divertem-se muito e isso nota-se no produto final. E tudo por causa do Sonic. Faz parte do trabalho.

NoE: Disse, no início desta conversa, que ajudou a decidir que tipo de jogos querem fazer. Que tipo de jogos Sonic quer fazer?

Mas, voltando à pergunta, não sei que tipo de jogo Sonic quero fazer. Neste momento quero fazer algo do tipo Sonic Lost World, só porque é espetacular! Antes disso lançámos Sonic Colours e Sonic Generations. Mais dois grandes jogos. Veremos qual a direção a seguir…

NoE: E que tal um first-person shooter?

DC: Tipo o quê, Call of Sonic? The Deadly Edition? (risos) Não, claro que há certas direções em que podemos levar Sonic. A série de corridas (Sonic Racing) tem tido muito sucesso e acho que esses dois títulos mostraram o que podemos fazer num jogo que não seja de plataformas. Mas é preciso ter cuidado: temos de ter a certeza de que nos mantemos fiéis à experiência Sonic e à personagem. Portanto não há Call of Sonic para ninguém, está bem!?