Fizemos o jogo anterior maioritariamente para as raparigas que não podem comprar tudo o que querem. No entanto, quando lançámos o jogo, rapazes como Yamagami-san também começaram a jogá-lo.
Acho que era divertido enquanto jogo. Houve muita gente que disse que não há nenhuma altura ideal para parar.
E, se pensares nisso, há imensos tipos que gostam de gerir uma loja e de personalizar tudo ao seu gosto, sendo que a criação de coordenados não é uma atividade apreciada unicamente por mulheres. Por isso, depois de o jogo estar feito, apercebemo-nos de que não era um jogo somente para raparigas.
Mas também não é um jogo de combate, não é?
(risos)
Bem, há pouco, os comentários de Yamagami-san deixaram-me assarapantada, mas, na verdade, criámo-lo para que também pudesse, efetivamente, ser jogado assim. Houve muitos rapazes que se divertiram com o jogo anterior, o que foi algo inesperado. Por isso, desta vez, fizemo-lo de forma a permitir mais formas diferentes de jogar e introduzimos elementos que permitem ir à descoberta. Então, o estilo de jogo de Yamagami-san é uma das formas corretas de jogar. Quando andei a perguntar por aí, percebi que os funcionários masculinos jogam efetivamente de forma diferente. Achei que todas aquelas formas diferentes de jogar eram válidas e, por isso, fizemo-lo para que qualquer pessoa pudesse desfrutar do jogo à sua maneira. Por exemplo, um tipo da equipa de desenvolvimento falou-nos de quanto dinheiro consegue ganhar, de quanto dinheiro consegue arrancar aos seus clientes com um único coordenado! (risos)
Ele tem razão. Se um cliente te disser que pode gastar cerca de 30.000 ienes (cerca de 3000 euros), deves apontar para 29.000 (2900) para que possas ganhar o máximo possível.
Mas se for um coordenado incrível, até podem estar dispostos a pagar um pouco mais de 30.000 (3000).
A sério?
Não sabias isso?
Não.
(risos)
Yamagami-san joga mais do ponto de vista do funcionário da loja do que do cliente. Para o funcionário da loja, o lucro é o mais importante.
Isso mesmo.
Deve haver alguma empresa de vestuário que queira contratar pessoas como Yamagami-san para vender produtos daquela forma.
O quê? (risos)
Fazer vendas agressivas a clientes que entram na loja é algo que os verdadeiros gerentes de loja aprendem a fazer. Por isso, gostava que Yamagami-san experimentasse a venda ao público um dia destes. Pode ser que se torne um vendedor carismático e popular! (risos)
(risos)
Houve algo no jogo que achei incrivelmente interessante. Estou a ficar mais velho e a minha memória está a piorar, mas lembro-me bastante bem dos clientes que aparecem em New Style Boutique.
Oh, isso é interessante.
Lembro-me “Há pouco tempo atrás, esta pessoa comprou tal e tal.”
Acho que te lembras tão bem dos clientes porque dedicas imenso tempo a cada um deles. (risos)
Ah, sim, claro! No geral, estou sempre a esquecer-me de coisas e, por isso, até eu me questiono por que razão me lembro tão bem. Então, penso “Está bem, vamos lá agradar a este cliente outra vez!” E, tendo em conta o que essa pessoa comprou no passado, sugiro determinados artigos.
Tens de ir fazer vendas ao público! (risos)
Sim, tens de entrar para a nossa indústria! (risos)
És um candidato a gerente de loja! (risos)
(risos)
Se fores a uma loja real de moda feminina, às vezes há lá rapazes a trabalhar, não é? Estão a vender do ponto de vista masculino. As raparigas dizem que querem ser aconselhadas por uma funcionária do sexo feminino, mas algumas querem mesmo ouvir uma opinião masculina. Os homens até podem ser capazes de vender mais do que uma gerente de loja do sexo feminino.
Isso mesmo.
Acho que Yamagami-san ia vender bastante.
Estou surpreendido com estes elogios! (risos)
Mas nem todos os rapazes jogam como Yamagami-san, não é? E tu, Sasaki-san?
Ao contrário de Yamagami-san, não penso nos clientes como inimigos.
Certo! (risos)
Mostro uma personagem num coordenado bonito a raparigas, como se fossem a minha filha, e, quando dizem “Que giro!”, sinto que subi de nível.
Sentes que os teus pontos de experiência na vida real aumentaram?
Sim. Mas penso que tenho como segundas intenções receber elogios femininos. (risos) Essa é a minha dinâmica interior quando jogo.
Hum... Sasaki-san referiu a própria filha; também eu experienciei algo semelhante.
O quê?
Tenho uma filha que estava na escola primária quando o desenvolvimento começou mas, agora, já está no segundo ano da escola secundária. Quando jogávamos o primeiro Style Boutique, ela costumava perguntar-me: “O que achas deste coordenado, pai?” e eu respondia-lhe: “Acho que o outro era melhor.” Depois, dizia-me: “Então e este?” e eu respondia-lhe: “Sim, esse é bom!”
Se pode fazer perguntas ao pai sobre moda é uma filha com sorte!
Bem, ela sabe que eu trabalho em moda, mas o jogo encorajou as conversas com a minha filha. Até fui com ela comprar roupa no mundo real.
Mas nunca tinhas ido?
Não, só no último ano ou nos últimos dois anos. Quando estamos a escolher roupa juntos conversamos: “O que achas disto?”, “Eu gosto deste.”, “Mas as cores não são mais giras neste?”, “Hum…”.
É como se fosse o Style Boutique da vida real!
Sim. Quando der por isso, estou a criar coordenados e a comprá-los todos! (risos)
É o pai quem paga, claro.
Claro! (risos)
Inspirar conversas entre pai e filha é uma utilização interessante para o jogo.
Sim, acho que sim. Podíamos ter usado isso no marketing: “New Style Boutique – para pais e filhas!”
Sim! (risos)
Muitos dos pais que conheço preocupam-se com a distância que há entre eles e as respetivas filhas. Podes oferecer este jogo a essas pessoas como um presente. E, se não fores casado, podes usá-lo para treinar formas de dar sugestões estilísticas simpáticas à tua namorada.
É por isso que espero que este jogo conduza à comunicação na vida real!
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