Antes de falarmos sobre Rhythm Paradise, gostaria de trazer à memória outro jogo. Após Rhythm Tengoku se ter tornado um sucesso, a Sega abordou-nos com uma oferta surpresa, e uma versão arcade foi lançada. Osawa-san, o que pensaste quando a ideia surgiu?
…Pensei que estavam a brincar.
(risos)
Mas quando me encontrei com a equipa da Sega e falei com eles, pareceram ter gostado muito do jogo.
Aparentemente era popular no seio da equipa de desenvolvimento.
Sim. Fiquei feliz por eles terem gostado tanto, mas…um jogo arcade? Não podia decidir.
Isso não é verdade! (risos)
Disse, “Muito obrigado,”…e a reunião terminou aí.
Assim sem mais nem menos?! (risos)
(riso irónico)
(riso irónico)
Bem, ao início pensei que deveria consultar Iwata-san e outros.
E quando ouvimos falar sobre isso, demos imediatamente luz verde, dizendo, “Porque não tentar?” Quando ouviste essa decisão, o que pensaste? Não pensaste algo do género, “A sério?! Posso ir para a frente com isto?!”
Eu... não me lembro bem.
(riso irónico)
(riso irónico)
Mas fiquei feliz com isso.
Consegui perceber que estavas excitadíssimo ao falar com a Sega. Provavelmente porque a equipa da Sega pegou nos pontos que consideravas importantes em relação a Rhythm Tengoku. Acho que a tua paixão pelo jogo se traduziu no produto e passou para os nossos clientes, claro, mas também para a equipa de desenvolvimento noutras empresas.
...
Também acho que sim. As pessoas na Nintendo que estavam a lidar com a Sega eram assim, e enquanto falávamos com eles, começámos a ficar energéticos em relação a isso. Até lhes desenhei algumas ilustrações. Era este o tipo de ambiente.
E esse trabalho poderia compensar quando chegou a altura do próximo jogo da série.
Sim, já tinha pensado nisso.
Então, quando a versão arcade de Rhythm Tengoku saiu, o que pensaste? Ficaste impressionado quando viste a caixa?
Pensei, “Wow!”
Compreendo. E tu, Takeuchi-san?
Quando foi lançado, estava tão feliz que acabei por ir a um salão de jogos para o ver. Fiquei surpreendido (ou melhor, feliz), por ver casais e raparigas a jogá-lo.
Os criadores de consolas de videojogos domésticas nem sempre podem ver as pessoas a jogar.
Exacto. Claro, sei que as raparigas jogam os nossos títulos, mas vê-las mesmo jogar de forma tão entusiasmada foi uma boa surpresa.
Compreendo.
Depois, durante os testes, tirei algumas fotografias para documentar a ocasião. Os funcionários do salão de jogos começaram a desconfiar porque não sabiam quem eu era e chamaram-me ao gabinete.
O que estavas a fazer, exactamente?! (risos)
Quando expliquei, eles perceberam.
E mais tarde criaste merchandise das personagens.
Pois foi. Fiquei muito grato pela oportunidade. Mas eram principalmente cebolas.
Sim. Muitas cebolas.
Não passavam de cebolas, pensei, “Não podiam ter-se lembrado de algo mais giro?” mas pronto, fui eu que as desenhei.
As cebolas a seguir o ritmo é algo que te marca.
No início, não era uma cebola, mas a cara de uma pessoa. Estávamos a usar uma foto real da cara de uma pessoa, mas era um bocadinho nojento.
Deixando de lado o tópico da cebola…Yone-san, trabalhaste no jogo arcade?
Sim. Os dados áudio deveriam ser os mesmos, mas uma vez que a mecânica dos jogos arcade é diferente, tive de fazer alguns ajustes para recriar os mesmos sons. Além disso, o jogo arcade tinha alguns modos que não existiam na versão Game Boy Advance, por isso, supervisionei também o som para esses.
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