Fire Emblem Fates é um jogo para a família de consolas Nintendo 3DS com lançamento previsto na Europa em 2016. Todas as funções e termos mencionados nesta entrevista não são definitivos e estão sujeitos a alterações. Mais informações sobre a disponibilidade das três histórias na Europa serão anunciadas no final de 2015.
Hoje quero falar com todos vós, que fazem parte da equipa de desenvolvimento de Fire Emblem Fates1. Obrigado por terem vindo.1. Fire Emblem Fates: O jogo mais recente da série Fire Emblem. Este 15.º título tem lançamento previsto para 25 de junho de 2015, no Japão, e para 2016 nas outras regiões. O jogo gira em torno da palavra "Fates" (Destinos e o jogador tem de decidir o rumo da sua personagem, escolhendo entre duas famílias que a personagem adora: os Hoshido e os Nohr. Ao escolher um dos lados, o jogador terá história, mapas e aliados diferentes.
É bom estar aqui.
Maeda-san, és o único que usa uma t-shirt que diz "Reiniciar? Vamos a isso!”2. É uma resposta a Splatoon3? (risos)2. T-shirt "Reiniciar? Vamos a isso!": Esta t-shirt foi desenhada pela equipa de desenvolvimento e não há qualquer plano para que fique comercialmente disponível.3. Splatoon: Um shooter de ação lançado para a Wii U em maio de 2015. Toda a equipa de desenvolvimento usou t-shirts iguais na entrevista com Iwata, na sua entrevista Iwata Pergunta. Para mais informações, lê Iwata Pergunta: Splatoon.
De todo! (risos)
Fire Emblem é uma série que demonstra bem o espírito de "Reiniciar? Vamos a isso!”4.4. Uma série que demonstra bem o espírito de "Reiniciar? Vamos a isso!": Segundo uma regra única de Fire Emblem, uma personagem que é derrotada em combate desaparece para sempre. Para contornar isso, muitos jogadores reiniciam o jogo e começam do princípio quando perdem uma personagem numa batalha. Este método de jogar é muito discutido pelos jogadores desde o lançamento do primeiro jogo da série (lançado apenas no Japão para a NES, em 1990). A equipa de desenvolvimento debateu esse método de jogo muitas vezes e neutralizou-o com a introdução do Casual Mode (Modo Casual), onde as unidades podem ser utilizadas no mapa seguinte, mesmo depois de serem derrotadas. Isso começou com o 13.º título da série, Fire Emblem: Shin Monshō no Nazo: Hikari to Kage no Eiyū (lançado apenas no Japão para a Nintendo DS, em 2010).
Exato.
Vamos começar as apresentações.
Sou o Masahiro Higuchi da Intelligent Systems Co., Ltd5. No jogo anterior, Awakening6, fui o gestor de projeto, mas desta vez estive envolvido no desenvolvimento como produtor.5. INTELLIGENT SYSTEMS CO., LTD: Uma empresa que cria ferramentas de apoio ao desenvolvimento e jogos Nintendo, como as séries Fire Emblem, Paper Mario e WarioWare. Está sediada em Quioto.6. Awakening: Fire Emblem: Awakening. O 14.º título do RPG de simulação, lançado primeiro no Japão para a Nintendo 3DS em abril de 2012, e na Europa em abril de 2013.
Foi a tua primeira vez como produtor?
Foi, sim, embora tenha trabalhado sobretudo na série Fire Emblem desde que entrei para a empresa.
Tens-te concentrado em Fire Emblem e, finalmente, tornaste-te produtor?
Na verdade, o que estou a fazer não é muito diferente do que fazia quando era gestor de projeto. A única coisa que mudou foi o meu nível de ansiedade.
Então o teu cargo e o teu nível de ansiedade mudaram.
Sim, é mais ou menos isso.
Sou o Kouhei Maeda da Intelligent Systems Co., Ltd. Fui o diretor deste projeto. Também fui o diretor de Awakening, mas esta é a primeira vez que faço três jogos ao mesmo tempo7.7. Três jogos ao mesmo tempo: Refere-se a cada um dos três enredos. Um acontece quando escolhemos os Hoshido, outro quando escolhemos os Nohr, e na terceira opção, que ainda está a ser desenvolvida, continuamos a nossa viagem sem escolher uma fação.
Fizeram mesmo três jogos.
Exato.
Penso que fazer três jogos ao mesmo tempo é um desafio incrível e voltaremos a falar disso mais tarde, mas, por agora, arrependes-te de alguma coisa? Gostavas de não ter dito que seriam três?
Não, eu quis fazer todos os enredos, sem dúvida.
Bom, preocuparam-se tanto com a criação do cenário que tenho a certeza de que sempre souberam que tinham mais histórias para contar.
Sim.
E Kibayashi-san, é um prazer conhecer-te.
Igualmente.
Pelo que sei, é a primeira vez que trabalhas nesta série...
Sim. Chamo-me Shin Kibayashi8 e fui o responsável pela história.8. Shin Kibayashi: Antigo editor da Japanese Weekly Shonen Magazine (Kodansha), trabalha atualmente como escritor de manga e romancista. É conhecido por usar sempre óculos escuros e chapéu. Utiliza vários pseudónimos e trabalhou em muitos tipos de meios de comunicação. Escreveu histórias para várias séries de manga, como Kindaichi Case Files, Psychometrer Eiji, GetBackers, Detective School Q, Kami no Shizuku, The Knight in the Area, e Bloody Monday. Escreveu também romances, como Bit Trader e Hi no Tori, e trabalhou em vários programas de televisão, como HERO (Fuji TV). Foi o responsável pela criação do conceito da história de Fire Emblem Fates.
Embora acredite que muitos te conheçam como escritor de manga e de argumentos, muitas pessoas não associam o teu nome aos teus vários projetos. Podes explicar sucintamente o que já fizeste?
Claro que sim. Comecei como revisor e passei muito tempo a trabalhar como editor. Depois, tornei-me independente e escrevi histórias de manga, como Kindaichi Case Files9, Pyschometrer10 e GetBackers11. Também escrevi a história e fiz a revisão da manga de vinho Kami no Shizuku12.9. Kindaichi Case Files: Uma série japonesa de manga de mistério que começou por ser publicada na Weekly Shonen Magazine (Kodansha) em 1992. Gira em torno de Hajime Kindaichi, um aluno do secundário com um QI de génio de 180, que resolve casos com o amigo de infância, Miyuki Nanase, usando uma capacidade de dedução espantosa que herdou do avô, o famoso detetive Kosuke Kindaichi. Precursora do grande sucesso das mangas de mistério, a série foi adaptada para televisão, numa série de anime e em vários outros formatos. Shin Kibayashi escreveu a adaptação para romance com o pseudónimo Seimaru Amagi.10. Psychometrer: Psychometrer Eiji, uma série japonesa de manga que começou por ser publicada na Weekly Shonen Magazine em 1996. Nesta série de mistério, Eiji Asuma, um adolescente com o poder psicométrico de tocar em objetos e pessoas e decifrar fragmentos das memórias contidas no interior, trabalha com o detetive da Polícia Ryoko Shima para resolver incidentes misteriosos. Teve duas adaptações para televisão, em 1997 e 1999 (Nihon TV). A série de manga Psycometrer Eiji terminou em 2000, mas a série foi renovada com o título Psycometrer na Weekly Young Magazine. Encontra-se suspensa à data desta entrevista (junho de 2015).11. GetBackers: Uma série japonesa de manga de fantasia, publicada na Weekly Shonen Magazine de 1999 a 2007. A série, que decorre em Ura-Shinjuku, conta a história de atividades e batalhas de Ban Midou e Ginji Amano, um duo que trabalha como GetBackers para recuperar objetos roubados dos clientes. A série de anime passou no canal japonês TBS de 2002 a 2003.12. Kami no Shizuku: Uma série de manga japonesa que começou a ser publicada em Morning (Kodansha), em 2004, e que conta a história da procura de um vinho chamado "kamo no shizuku" (as gotas divinas). A série encontra-se suspensa desde 2014, mas uma sequela, "Marriage ~Kami no Shizuku ~ Saishusho", começou a ser emitida em maio de 2015. Foi adaptada para série de TV para a Nihon TV, em 2009.
Também trabalhaste para a televisão, certo?
Exato. Também trabalhei em projetos de cinema e televisão, como HERO13, uma série de TV com o Takuya Kimura. Também escrevi vários romances, como Bit Trader14 e Hi no Tori15. Estou também a escrever uma história em fascículos, chamada Doctor White16, para a Kadokawa Shoten’s Yasei Jidai, que ainda não foi compilada num romance.13. HERO: Uma série de TV japonesa emitida em 2001 (temporada 1) e 2014 (temporada 2). A série acompanha Kuriu, interpretado por Takuya Kimura, e as suas técnicas de acusação pouco convencionais, e mostra também aventuras muitas vezes cómicas dos outros advogados.14. Bit Trader: Um romance japonês publicado pela Gentosha em 2007. Lida com o tema do crime económico, ao acompanhar um corretor da bolsa que atingiu o fundo na vida pessoal e financeira.15. Hi no Tori: Um romance japonês publicado pela Kodansha em 2011. Um romance de entretenimento médico que lida com a tecnologia da clonagem, o maior tabu da ciência biológica, ao acompanhar a bioética e as relações familiares de um investigador que clona primatas. 16. Doctor White: Uma história em fascículos de Shin Kibayashi, publicada no Japão, que está a ser publicada pela revista de entretenimento da Kadokawa Corporation, Shosetsu Yasei Jidai.
Muito bem.
Também escrevi para o teatro. Fui responsável pela história de um espetáculo kabuki17 chamado Ishikawa Goemon18, com o Ebizo Ichikawa-san19. No fundo, a minha função era criar as histórias.17. Kabuki: Uma forma tradicional de teatro japonês, composto por canto e dança. É conhecido pela maquilhagem elaborada e ousada dos atores.18. Ishikawa Goemon: Uma peça de kabuki apresentada no teatro Shinbashi Enbujo, no Japão, em agosto de 2009. Shin Kibayashi criou a história e, com Ichikawa Ebizo no papel principal, contou a história de Ishikawa Goemon de uma perspetiva nova. Em janeiro de 2015, foi a palco uma versão nova, com mais aventuras de Ishikawa Goemon.19. Ebizo Ichikawa: O 11.º Ebizo Ichikawa. Um ator japonês de kabuki que também trabalha na televisão e no teatro.
Criaste histórias para vários tipos de entretenimento, em vários meios de comunicação.
Exato. O meio pode ser diferente, mas o modo de contar a história não muda.
E quando se trata de jogos?
Trabalhei em alguns jogos, um pouco de cada vez, em vários projetos. Mas esta foi a primeira vez que fiz um trabalho mais profundo, ao criar uma história como esta.
Estou curioso por saber o que pensas sobre escrever a história para um jogo, comparado com todos os outros géneros com que já trabalhaste. Gostava de te perguntar isso mais tarde.
Claro.
Agora o Yokota-san.
Chamo-me Genki Yokota. Fui o diretor da equipa da Nintendo neste jogo e também em Awakening.
O lançamento acabou por coincidir com o de Xenoblade Chronicles X 20.20. Xenoblade Chronicles X: Um RPG lançado no Japão para a Wii U, em abril de 2015, e com lançamento previsto na Europa para dezembro de 2015. Yokota foi o diretor do jogo.
Exato. Foi um pouco difícil, mas gostei do desenvolvimento.
As críticas positivas ao teu jogo anterior, Awakening, ajudaram-te a melhorar o ambiente deste projeto?
Sim, o ambiente foi muito bom. Também recebemos comentários duros, que tentámos interiorizar, e eu e o Maeda-san tivemos de superar desafios ao longo do desenvolvimento deste jogo.
Sou o Hitoshi Yamagami, um produtor da Nintendo.
Não te víamos numa entrevista Iwata Pergunta há algum tempo21, Yamagami-san.21. Há algum tempo: A última vez que Yamagami apareceu numa entrevista Iwata Pergunta foi em agosto de 2013, em Iwata Pergunta: The Wonderful 101: Equipa de Desenvolvimento. Yamagami apareceu também em Iwata Pergunta: Nintendo presents: Style Boutique, Iwata Pergunta: Sin & Punishment: Successor of the Skies, Iwata Pergunta: Xenoblade Chronicles Parte 3: O desenvolvimento, Iwata Pergunta: Pandora’s Tower, Iwata Pergunta: Fire Emblem: Awakening, Iwata Pergunta: Nintendo presents: New Style Boutique.
É verdade. Temos muitos talentos jovens e maravilhosos, por isso pensei que chegara a hora de me afastar um pouco.Mas, em "Fates", a minha opinião sobre certos aspetos tornou-se a base do jogo, por isso pensei que devia voltar.
Certo. Gostava de começar por saber como é que o Kibayashi-san se envolveu na história. Como decidiram escolhê-lo? Pelo que sei, ele é um dos argumentistas mais procurados.
É verdade. Bom, por onde devemos começar?
Começa por dizer como a história era má...
Como?
Acho que podemos começar por falar das críticas à história de Awakening.
Oh, claro, vamos começar por aí...
© 2024 Nintendo.