Fazer uma caixa mais pequena foi um objetivo claro desde o início, Kitano-san?
Sim. No início do desenvolvimento, Takeda-san deu-nos a tarefa de tornar a consola numa espécie de ajudante de bastidores, em algo que não se destaca.
Mas os membros da equipa que estavam a criar a estrutura da caixa podiam ficar algo desmotivados ao lhes dizerem que o projeto em que tinham depositado tanto esforço não passava de um “ajudante de bastidores” – deve ter sido uma tarefa bastante complicada.
Sim. Eu percebia o que Takeda-san queria dizer, mas as pessoas responsáveis pela caixa ficaram menos alegres e continuaram o seu trabalho solenemente.
Solenemente. (risos) Parece que há um orgulho particular nisto de ser ajudante de bastidores.
Sim. (risos) E a Wii U tem o GamePad, por isso adotámos a política de reduzir drasticamente as caraterísticas da consola principal, o que fez com que se destacasse ainda menos. (risos)
Ainda assim, é uma consola muito mais poderosa do que a Wii, por isso devem ter inventado várias soluções para problemas relacionados com o design térmico e o tamanho da caixa.
É verdade! Já falámos sobre os chips LSI, e outra grande mudança foi termos apenas uma fonte de calor. A Wii tinha duas, por isso tínhamos de arrefecer ambas. Esta é a da Wii e esta é a da Wii U e para dissipar o calor tivemos de instalar um dissipador de calor15 tal como este. 15 Placa de metal que dispersa o calor, uma espécie de radiador, que é frequentemente constituído por pinos que emergem da base ou por projeções a que chamamos lamelas.
Comparativamente à consola Wii, o hardware da Wii U tem cerca de três vezes mais calor, por isso tivemos de puxar pela cabeça. Considerámos soluções tais como tornar a ventoinha maior ou aumentar o seu número de rotações. Levámos a cabo testes térmicos em protótipos várias vezes e otimizámos a posição das entradas e saídas de ar.
Outro pormenor é a tampa na parte de trás da ventoinha. Esforçámo-nos para melhorar a sua eficiência, tornando-a mais fina e abaulando ligeiramente o interior para que o ar pudesse sair mais suavemente.
Estou a ver. Parece que estamos a esmiuçar os detalhes todos de um produto novo, logo após o seu lançamento! (risos) Não é como se tivesse havido uma só ideia mágica; tiveram muito trabalho e levaram a cabo uma série de melhorias para tornar o equipamento relativamente compacto, apesar do calor gerado.
É isso mesmo. Na verdade, fizemos mais de 2000 testes térmicos.
A sério? Dois mil?! Nunca me passou pela cabeça que tivessem sido tantos!
Um teste demora cerca de uma hora, por isso investimos imenso tempo nos testes até obtermos a forma atual.
Também fizemos testes de ruído, por isso demorou imenso tempo.
Sim. Se aumentássemos o número de rotações da ventoinha, fazia mais barulho, por isso tivemos de verificar até onde é que o ruído era aceitável no decorrer de um jogo. Adaptar o número de rotações de uma ventoinha muda não só o ruído como também o nível de calor gerado. O nosso objetivo era ver como podíamos dissipar o calor de forma eficiente, por isso dedicámo-nos a uma coisa, e depois a outra, e depois a outra.
Parto do princípio que seja mais vantajoso colocar a fonte de calor do núcleo ao lado da ventoinha, certo? Penso que será importante fazer com que a maior parte do ar passe pelo dissipador de calor.
Sim. A estrutura básica é a seguinte: o dissipador de calor situa-se sobre o MCM e a ventoinha situa-se mesmo atrás do dissipador. É vantajoso para a dissipação de calor que haja mais ar no dissipador. Contudo, descobrimos através dos testes que era necessário dissipar o calor ao mesmo tempo que se assegurava um certo número de pontos de ventilação, caso contrário perdia-se eficiência.
Mas, nesta posição, o disco está a obstruir a circulação do ar. Isto é apenas uma curiosidade minha…
Claro. Então, no produto...
Ah! É transparente, que giro!
(risos)
Tens de me vender isto! (risos)
(risos)
Basicamente, aqui temos a entrada e a saída de ar.
Ah, então é assim que o ar circula. Todo o equipamento, incluindo esta estrutura, permite que o ar flua eficientemente e que o calor se dissipe.
A principal entrada de ar está aqui ao lado, mas para suportar o fluxo há orifícios em cima e em baixo. E, hum… Desculpa lá estar a gabar-me destas coisas todas (risos), mas estás a ver esta parte aqui com os buraquinhos? Isto é o protetor do dissipador de calor e suprime as ondas elétricas da placa.
O calor tem de ser dissipado, mas tens de manter as ondas elétricas lá dentro. A área com buracos é muito grande, mas a rede é relativamente fininha.
Sim. Há particularmente muitos buracos redondos, e fazê-lo foi o cabo dos trabalhos.
(segurando de perto a caixa transparente) Olhando para isto assim, consigo ver que há muita coisa ali dentro!
Pois há! (risos)
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